Nesta quarta-feira (14), diversos países celebram o Valentine’s Day, uma data marcada por declarações de amor, troca de presentes e demonstrações de carinho. No entanto, no Brasil, o equivalente mais próximo acontece apenas em junho, no Dia dos Namorados. Mas por que o país não segue a tradição internacional? A explicação envolve religião, cultura e até estratégia comercial.
A origem
O Valentine’s Day tem raízes na Roma Antiga e é associado a São Valentim, um padre cristão que viveu no século III. De acordo com a lenda, ele desafiou as ordens do imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento entre jovens soldados para garantir que eles se concentrassem exclusivamente no exército. Valentim, acreditando no amor, continuou celebrando uniões em segredo. Quando foi descoberto, foi preso e condenado à morte em 14 de fevereiro, tornando-se um símbolo da resistência romântica.
Com o passar dos séculos, a data foi incorporada ao calendário europeu e, mais tarde, se popularizou nos Estados Unidos, onde se tornou um grande evento comercial, com a troca de cartões, flores e chocolates. Atualmente, o Valentine’s Day é celebrado em diversos países, não apenas entre casais, mas também entre amigos e familiares.
No Brasil
Diferentemente de outros países, o Brasil tem uma celebração exclusiva para os casais: o Dia dos Namorados, em 12 de junho. A escolha da data não tem ligação direta com São Valentim, mas sim com um santo popular no país: Santo Antônio, conhecido como o “santo casamenteiro”, que é celebrado no dia 13 de junho.
No entanto, a criação da data teve um impulso comercial. Em 1948, o publicitário João Doria, pai do ex-governador de São Paulo, foi contratado pela loja Clipper para desenvolver uma campanha que aumentasse as vendas em junho, tradicionalmente um mês fraco para o comércio. Inspirado no sucesso do Dia das Mães, Doria sugeriu a criação do Dia dos Namorados, promovendo a ideia de que a data deveria ser celebrada com presentes. O slogan da campanha era: “Não é só com beijos que se prova o amor”.
A estratégia funcionou e, rapidamente, a data foi adotada por outras empresas e se consolidou como uma das mais importantes do calendário comercial brasileiro, movimentando setores como moda, gastronomia, turismo e perfumaria.
Diferenças
Embora tanto o Valentine’s Day quanto o Dia dos Namorados sejam datas românticas, há diferenças culturais entre elas. Nos países que celebram o Valentine’s, a data não se limita a casais: amigos, familiares e colegas também trocam cartões e presentes como demonstração de afeto. No Brasil, o Dia dos Namorados tem um foco exclusivo nos relacionamentos amorosos, sendo uma ocasião tradicionalmente voltada para os casais.
Apesar de o Brasil já ter sua própria data romântica, o Valentine’s Day vem ganhando espaço nos últimos anos, especialmente entre marcas internacionais e plataformas de e-commerce, que aproveitam a influência estrangeira para criar promoções e campanhas de marketing.
Com a globalização e o aumento do consumo de conteúdos estrangeiros, é possível que a celebração do dia 14 de fevereiro se torne mais popular no país, ainda que o 12 de junho continue sendo a data oficial dos apaixonados.
Independentemente da data, o importante é celebrar o amor da maneira que fizer mais sentido para cada um—seja em fevereiro ou junho, com presentes ou apenas um gesto especial.
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