No próximo sábado (22), a artista baiana Mônica Simões e o arquiteto Jorge Soares inauguram na Barra Funda, em São Paulo, a Marcenaria Sabiá + Galeria Um, um espaço híbrido que une arte, design e memória afetiva. A iniciativa transforma uma antiga garagem em um laboratório criativo, onde peças autorais de marcenaria e obras visuais se encontram, criando um ambiente acolhedor para quem aprecia o encontro entre estética e funcionalidade. “Cada um com sua história e essas histórias juntas refletem a nossa parceria”, diz Mônica Simões.
A Marcenaria Sabiá nasce da parceria artística e afetiva entre Mônica e Jorge, que decidiram desenvolver peças inspiradas em suas histórias pessoais. Com design pensado para o dia a dia, os móveis e objetos utilitários são feitos em compensado com revestimento em madeira natural ou fórmica colorida fosca, em tons vibrantes como azul, vermelho e amarelo. Cada peça carrega um significado: algumas levam iniciais que remetem aos criadores e outras fazem referência aos números dos apartamentos onde viveram. “É um projeto de vida nosso. Espaço para criar. Espaço para multiplicar. Espaço para expor. Espaço para escoar”, resume Jorge.
Já a Galeria Um realiza um antigo desejo de Mônica Simões: expor seus trabalhos em São Paulo, cidade onde reside há mais de duas décadas. A cada 30 dias, o espaço apresentará uma nova obra da artista – fotografias, serigrafias, colagens ou arte têxtil. “Uma proposta minimalista para impactar à primeira vista”, diz Mônica.
Jorge e Mônica estão juntos como casal faz 11 anos. Além de arquiteto, ele também tem formação em desenho industrial. Estudou moveleira na Finlândia. Suas mãos habilidosas foram herdadas do seu bisavô Rafæl Perez, um marceneiro espanhol que migrou para o Brasil no começo do século XX.
Mônica também é roteirista e documentarista participa do processo criativo de algumas peças e é responsável pela curadoria e conteúdo da Sabiá. Estudou História e Artes Visuais ambos na Universidade Federal da Bahia. Fez residência artística na Escola Superior de Arte e Mídia de Colônia, na Alemanha. Há trinta anos vem participando com seus trabalhos em festivais, salões e exposições nacionais e internacionais e os seus documentários também veiculados em canais de televisão e salas de cinema comerciais.
Seu extenso currículo no universo das artes visuais já lhe rendeu prêmios e participação em festivais e exposições no Brasil e no exterior. Por seu trabalho no cinema documental, especialmente na utilização de imagens de arquivo doméstico, veio o reconhecimento do cineasta João Moreira Salles, que a classificou como uma artista “autoetnográfica”.
