A jornalista baiana Midiã Noelle estreia no mundo editorial com o livro Comunicação antirracista: Um guia para se comunicar com todas as pessoas, em todos os lugares, em pré-venda na Amazon e com lançamento previsto para o dia 31 de março. Em Salvador, o evento de lançamento será no dia 5 de abril, na Livraria LDM, na Vitória, às 15h. Para a escritora, “a Bahia é o lugar que me deu a régua e o compasso, inclusive, para entender a comunicação na perspectiva antirracista, anti-punitivista e anti-capacitista”.
Mestre em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia, Midiã conta que o livro surgiu da necessidade de compreender que “a transformação só acontece quando combatemos desigualdades e preconceitos e quando abrimos nosso olhar para a promoção de direitos. Enfrentar o racismo é garantir direitos, garantir vida, é enfrentar a desigualdade”.
Lançado pela Editora Planeta, o livro tem orelha escrita por Bárbara Carine, escritora baiana e ganhadora do Prêmio Jabuti, além de textos de nomes como Rosane Borges (jornalista e professora da USP e PUC-SP) e Carla Akotirene (doutora em Estudos de Gênero, Mulheres e Feminismos), com prefácio de Ana Flávia Magalhães Pinto (historiadora e professora da UNEB).
“É como se fosse uma redução de danos na lógica da produção de comunicação. É entender que, ao enfrentar o racismo na comunicação e na linguagem, conseguimos nos conectar melhor com as pessoas, compreendê-las e promover a dignidade. Enfrentar o racismo, sobretudo no Brasil, quando pensamos na linguagem e nos espaços de comunicação, é fundamental”, explica Midiã.
Em 2024, a escritora elaborou o Plano de Comunicação Antirracista do Governo Federal, sendo escolhida após um processo seletivo com 140 candidatos. O livro também se apresenta como uma continuidade do trabalho na comunicação governamental e pública, nos direitos humanos e no ativismo. Midiã aborda as perspectivas retóricas e raciais dos discursos presidenciais, além de traçar uma linha histórica da comunicação antirracista no Brasil.
A autora também discute a comunicação na televisão e nos meios digitais, analisando a construção de estereótipos e o impacto do ambiente externo, da tecnologia e da nova comunicação das redes sociais na vida das pessoas — elementos que podem tanto reforçar estereótipos quanto contribuir para sua desconstrução.
“Espero que esse livro chegue a cada lar e alcance pessoas de idades, raças, etnias e territórios diferentes. Que elas se conectem com a obra e consigam abrir um pouco mais seu coração, sua mente, ampliando esse processo de reconhecimento. Porque, por mais que existam diferenças, há também um processo de semelhança, um reconhecimento da humanidade, e precisamos nos atentar a isso”, conclui Midiã.
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