Nos últimos anos, a produção de gin artesanal na Bahia vem ganhando força, consolidando-se como um símbolo da criatividade e da identidade cultural do estado. Com ingredientes típicos da região, como dendê, cacau e botânicos da Mata Atlântica, marcas locais têm conquistado paladares e prêmios dentro e fora do Brasil. A expansão desse mercado ressalta não só o talento baiano para inovar no setor de bebidas, mas também a valorização da cultura local em cada garrafa.
Desde o início do verão de 2020, o gin se consolidou como tendência na Bahia, impulsionando empreendedores locais a criar bebidas refrescantes, leves e, sobretudo, genuinamente baianas. As misturas deram certo: os gins produzidos no estado, com seus elementos característicos, vêm ganhando reconhecimento em eventos gastronômicos e premiações internacionais. Apesar dos desafios impostos pela pandemia, as destilarias baianas se reinventaram e seguiram em frente.
Um dos pioneiros foi o Gin Tanajura, produzido artesanalmente na Ilha Grande de Camamu, na Costa do Dendê, no sul da Bahia, pela Destilaria Tanajura, comandada por Érica Melissa e Débora Borges. A bebida inclui cacau e dendê em sua composição. A receita final leva ainda botânicos como zimbro, coentro, baunilha, manjericão e capim-limão, entre outros. Além de seu sucesso no mercado nacional, vem ganhando visibilidade em eventos e pontos internacionais, reforçando a essência baiana. (@tanajuradestilaria)
Também produzido em Camamu, o Clandestino Gin é uma das marcas da Feed Experience Hub, plataforma de experiências sediada em Salvador. A bebida leva ingredientes como zimbro, raiz de angélica, semente de coentro, capim-limão, hortelã e licuri, característicos da Mata Atlântica, e foi lançada no final de 2021, depois de dois anos de desenvolvimento. O London dry gin, aromático e de sabor marcante, pode ser encontrado em eventos e casas como o Sal, em Stella Maris, e o Gin, no Rio Vermelho. (@clandestinogin)
A praia de Paramana, na Ilha dos Frades, inspirou o nome do Paramana Gin, destilado baiano premiado internacionalmente em 2022 e 2023. Além do gin, o Grupo Paramana, fundado pelo empresário Paulo Cavalcanti Jr., produz também o negroni de mesmo nome, a cachaça Maria Guarda e a vodca Saints Bay, homenageando as belezas da Baía de Todos os Santos. Fundada em 2017, a marca mantém padrões internacionais de qualidade e já tem presença consolidada no Brasil. (@paramanagin)
Produzido pela Pato Preto Destilaria, comandada pelos empresários Claudio Marques e Ivan Codas, o gin Aviator é feito em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, e composto por 42 botânicos. Desde sua criação em 2020, a marca conquistou o mercado internacional e prêmios como a medalha de prata no USA Spirits Ratings em 2021 e a medalha de duplo ouro no Concurso de Vinhos e Destilados no mesmo ano. A marca tem uma gama variada de destilados, que vai da cachaça tradicional ao soju, bebida coreana famosa pelos k-dramas. (@patopretodestilaria)
Marca afro-empreendedora criada por Carlos Negreiros junto a seus filhos, Mateus e Flavia, o gin da Go Bananas é produzido em Ilhéus e já conquistou prêmios, como a Medalha de Prata no Concurso Mundial de Bruxelas (Spirits Selection by Concours Mondial de Bruxelles), na Bélgica, em 2022. Focada em sustentabilidade, a empresa promove iniciativas positivas como a devolução de garrafas. (@gingobananas)
Criado por Luiz Chilazi, o gin Don Chilaz traz o aroma herbal dos terpenos de cannabis em sua fórmula, combinados a ingredientes locais. O destilado de produção artesanal integra o portfólio da Verdivita, que há cinco anos se dedica a criar produtos voltados para a saúde e o bem-estar a partir do uso da cannabis. Na linha de bebidas, a empresa possui ainda três rótulos de cerveja: Green Widow, Gorila Green e 24k. (@verdivitastore)
Os gins baianos não apenas ampliam o cenário gastronômico da região, mas reforçam a identidade local ao incorporar o espírito da Bahia em cada garrafa.