Nem só de paisagens deslumbrantes vive o distrito de Cumuruxatiba, localizado no município de Prado, no Sul da Bahia. Quem visita o destino encontra também atrativos que garantem o deleite para o paladar, com opções para todos os gostos. Do lazer descontraído na beira da praia ao jantar mais sofisticado, a charmosa “Cumuru” seduz amantes da boa mesa com cardápios que também convidam a uma viagem gastronômica, promovendo a conexão entre ingredientes locais e referências de cozinhas de outros cantos do mundo. Nesse cenário, um dos pontos fortes é a presença de empreendimentos liderados por mulheres, que garantem a longevidade dos negócios com legados que atravessam gerações valorizando a tradição pesqueira que originou a comunidade.
Como antiguidade é posto, não dá para pensar nesse circuito gastronômico sem passar pelo restaurante Ema (@emarestaurante), o mais antigo da vila. Fundado em 1988, quando o potencial turístico da região ainda era pouco conhecido, o negócio revela o DNA familiar em uma cozinha tipicamente baiana que flerta com estilos variados. O prato mais icônico é o bobó de camarão rosa, que representa o encontro entre mar e terra a partir da combinação do crustáceo fresco com creme de mandioca e leite de coco. Outro item do cardápio que arranca elogios é o feijão, feito com um tempero exclusivo da casa, que faz as pessoas sentirem aquele clima de casa da avó. O conceito de afeto e identidade é garantido pela empresária Cláudia Januária, que hoje administra o Ema em parceria com as filhas que cresceram brincando entre as mesas do salão.
Outra parada obrigatória é a barraca de praia Porto Belo (@barracaportobelo), que mantém seu lugar ao sol desde 1991. Fruto do sonho de uma família que deixou São Paulo em busca de um novo estilo de vida, o espaço foi fundado por Maireny Corá, que passou a contar com a filha Maria Amélia na gestão do negócio. A dupla aposta no poder agregador da comida, com pratos que homenageiam personalidades, como a moqueca sobre base de pirão com banana da terra e peixes pescados ali mesmo, criada para reverenciar o multiartista mineiro Álvaro Apocalypse, cofundador do Grupo Giramundo. A casquinha de siri cremosa, adaptada da receita de uma amiga espanhola da família, também está entre os pratos que contam histórias. A programação musical de primeira, outra marca da Porto Belo, também ajuda a garantir que a clientela sempre saia de lá mais feliz do que chegou.
O clima da beira-mar também encanta quem chega à Casa de Minas (@casademinascumuru), um gastrobar ao ar livre que promove o encontro das cozinhas mineira e baiana para oferecer um menu de petiscos e drinques especiais. A panelinha de mandioca cremosa no creme de parmesão com carne de panela na cerveja preta é certeza daquela experiência gastronômica que ninguém esquece. Mas essa famosa receita de família disputa atenção com outros itens do cardápio, como as croquetinhas de siri, acompanhadas por uma exclusiva maionese de coentro. O empreendimento tem à frente a empresária Gabriela Marques e também ficou conhecido como Casa “das” Minas, por ter sido criado por um grupo de mulheres. Além de servir belisquetes saborosos, o lugar entrega uma experiência completa, resumida no slogan “Onde a música é boa, a bebida é gelada e o amor é livre”.
Se a ideia é conhecer sabores do mundo sem sair de Cumuruxatiba, o Mama África (@mamaafricarestaurante) precisa entrar na agenda. Desde 1999, o espaço é capitaneado pela chef Dolores Künzi em parceria com o marido, o suíço Walter Künzi, e já foi destaque no Prêmio Travellers’ Choice do Tripadvisor. A chef flerta com a culinária internacional, ao mesmo tempo em que faz questão de usar produtos vindos da agricultura familiar e da pesca local. A ancestralidade, claro, é ponto forte do cardápio, que destaca receitas de raiz angolana como o Luanda, camarão rosa com molho calulu, acompanhado de arroz de coco, legumes e banana. O restaurante fabrica até seu próprio sal, que ganha um toque único de especiarias. Este é um segredo guardado a sete chaves, mas Dolores compartilha boa parte de suas criações e de história no livro “Receitas da minha Vida”, lançado em 2024.
E todo mundo sabe que nenhuma refeição fica completa sem um docinho, certo? Na hora da sobremesa – ou daquele lanchinho a qualquer hora do dia -, todos os caminhos de quem visita Cumuruxatiba levam ao ponto de venda de Luciene de Oliveira. Ou melhor, Lucinha (@luci.ene378), a dona das cocadas mais famosas da região. A empreendedora mantém um cardápio de nove sabores, todos preparados de forma artesanal. Se é difícil escolher um só, uma dica é começar pelas tradicionais, de coco queimado e de banana, cujas receitas ela herdou da mãe. Mas é uma missão quase impossível resistir às combinações que ela mesma criou ao longo dos anos, com sabores de leite condensado, abacaxi, maracujá, gengibre, cacau e pé de moleque. O melhor é que quem passa por lá ainda experimenta, de quebra, a simpatia da doceira.
A vila de Cumuruxatiba tem, ainda, uma grande variedade de endereços que não podem ficar de fora da programação, seja para uma refeição completa, um café despretensioso ou aquelas comprinhas que acabam virando boas lembranças de viagem. Entre os destaques desta lista estão os hambúrgueres do Sr. Fumaça (@sr.fumacacumuru) e da Hamburgueria 170 (@170cumuruxatiba); a variedade de petiscos e pratos dos restaurantes Hermes (@restaurantedohermes), Quintal de Cumuru (@quintaldecumuru), Urucum (@urucum.xatiba) e Nossa Casa (@nossacasa_cumuru); os sorvetes exclusivos da Vanilla (@vanillaprado); os cafés especiais do Raízes Empório Café (@raizesemporiocafe); e os molhos, temperos e licores da Pimenteira da Vila (@pimenteiradavila).