Artista mais novo a ter uma obra no acervo do Museu de Arte Moderna da Bahia, Jamex fez sua arte ser vista logo cedo nas ruas de Salvador. Com a série de pixos e lambes “Fim do Medo” espalhadas nas ruas da capital baiana, o artista despertou curiosidade e construiu seu lugar no mundo como artista preto e de periferia. Inspirado nessa trajetória, o filme “Jamex e o fim do medo”, de Ramo Coutinho, estreia no XX Panorama Coisa de Cinema, nos dias 3 e 5 de abril, em Salvador e em Cachoeira.
“Assim como todo mundo, fiquei intrigado com a frase [fim do medo], que sintetizava muita coisa. Jamex é cinematográfico em si. Não só os seus quadros, mas ele mesmo é uma figura imagética forte, ainda que tímido. Faz parte de um grupo de artistas daqui que performam a própria arte. O jeito dele parece uma extensão de sua produção”, afirmou Ramon ao jornal O Globo.
O filme concorre na Competitiva Baiana do Panorama e será exibido no dia 3, no Cine Glauber Rocha, às 19h40. Já no dia 5, “Jamex e o fim do medo” estará na Sala Walter da Silveira, nos Barris, às 18h, e no Cine Theatro Cachoeirano, na cidade de Cachoeira, às 16h30.
Aos 23 anos, Jamex, batizado Emanuel de Assis Nepomunceno Silva, que cresceu no Nordeste de Amaralina, conta que, mesmo sem referências de artistas negros, quando pequeno, a veia artística já estava presente. “Fui uma criança com mente fértil e tocada pelas coisas que aconteciam, como esponja que absorve tudo. Rabiscava revistas de moda da minha mãe. Mas não tinha acesso, não entendia o que era arte, não havia instrução sobre o que é ser artista, muito menos referência de artista negro”, disse ao Globo.
Atualmente, o artista é representado por Vitor Valery, da Vandal Arte, que tem escritórios em São Paulo e Madri, na Espanha, onde já esteve com a exposição individual “JAMEX Como una idea”, na Baró Galeria. Recentemente, o artista participou da mostra “Raízes: começo, meio e começo”, no Muncab, em Salvador.
Crédito: @jamex__ e @araujogustavola