O filme 3 Obás de Xangô, do cineasta baiano Sergio Machado, foi eleito o Melhor Longa-metragem no Festival de Cinema de Tiradentes (MG), neste final de semana. Esta é a terceira participação da obra em festivais brasileiros tendo sido premiado em todas. “O filme foi finalizado nas vésperas do Festival do Rio e saiu com o prêmio de Melhor Documentário, depois foi pra Mostra de Cinema de São Paulo e foi eleito pelo público como o Melhor Doc e agora Tiradentes. São três participações, todas premiadas, mas, mais do que os troféus, nos impressionou a reação do público, muito semelhante em todos os lugares com direito a choro e risadas. Aqui na Bahia tivemos uma sessão especial, na semana passada, com a presença do povo de candomblé, e foi igualmente surpreendente”, conta Sergio Machado.
Sergio Machado com os produtores do filme: Claudia Lima, Diogo Dahl , Mariana Vaz e Fernanda Miguel (Crédito: Genilson Coutinho/Divulgação)
Três festivais, três prêmios
O documentário, produzido pela Coqueirão, Janela do Mundo e Globo Filmes, retrata a amizade incondicional entre Jorge Amado, Dorival Caymmi e Carybé, os maiores responsáveis pela criação de um imaginário de baianidade que persiste até hoje. “Acho que a cumplicidade entre Jorge Amado, Dorival Caymmi e Carybé, a relação de amor entre os três e as religiões de matriz africana, apontam na direção de algo que tem feito falta para todos nós nos dias duros que vivemos. O filme, de maneira leve e despretensiosa, aponta para uma utopia ainda possível. A história dos Obás de Xangô é de luta e resistência, mas também de entendimento e compreensão do outro, talvez por isso o filme tenha tocado de forma tão intensa as pessoas”, conclui o cineasta.