Nascido no Garcia, em Salvador, o mestre sambista Riachão foi uma voz inconfundível. Quatro anos depois da sua morte, o público terá o privilégio de ouvir esta voz novamente em dez músicas inéditas no álbum “Onde eu cheguei, está chegado”, que será lançado nesta quinta-feira (12) nas plataformas de streaming.
A produção do disco foi selecionada no edital Natura Musical em 2019. Apenas quatro meses depois do anúncio tão festejado, Riachão faleceu, aos 98 anos, fazendo com que a obra ganhasse um caráter póstumo. Animado com a vida como sempre, o autor de clássicos como “Cada Macaco no Seu Galho” e “Vá Morar com o Diabo” havia escolhido o título do álbum, que seria “Se Deus Quiser Eu Vou Chegar aos 100” – o que infelizmente não aconteceu. Tornou-se, entretanto, uma oportunidade de celebrar a vida e o legado de Riachão na música brasileira, ao lado de amigos queridos.
O conteúdo permanece o mesmo. São canções inéditas escritas pelo artista, que já tinha gravado algumas vozes, recuperadas e agora utilizadas em quatro feats com nomes de peso: Criolo e Martinho da Vila cantam com ele, Beto Barreto se junta com sua guitarra elétrica e o neto Taian traz a carga afetiva familiar.
Completando o time de ouro da música brasileira na interpretação das demais faixas estão Teresa Cristina, Josyara, Roberto Mendes, Pedro Miranda, Enio Bernardes, Juliana Ribeiro, Fred Dantas, Nega Duda e Clarindo Silva, tudo sob a produção musical de Caê Rolfsen e Paulinho Timor.
Junto com o disco, também no dia 12, entra no ar um site que abrigará um amplo acervo de fotografias, reportagens, discos, fonogramas e documentos audiovisuais que apresentam a vida e a obra do sambista ao longo de mais de seis décadas, com pesquisa e textos do jornalista André Carvalho. Lá, ainda serão disponibilizados três minidocumentários sobre o processo de realização deste projeto peculiar, dirigidos por Claudia Chávez, da Apus Produtora de Conteúdo.
Foto: Antonio Brasiliano, 2017