Uma das principais responsáveis na pressão nacional que resultou na promulgação da Lei nº 9.140 de 1995 – que reconhece como mortas pessoas desaparecidas que foram detidas pelo poder público de 2 de setembro de 1961 a 5 de outubro de 1988 – a advogada Eunice Paiva foi homenageada com a criação do prêmio que leva o seu nome, em defesa da democracia. Na quarta-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou o decreto de criação do Prêmio Eunice Paiva de Defesa da Democracia.
O prêmio será concedido anualmente pelo Observatório da Democracia da Advocacia Geral da União (AGU) a pessoas que colaborem de forma notória para consolidar o regime democrático no país. Seja através de atuação profissional, intelectual, social ou política. Além de destacar e exaltar as trajetórias dos vencedores, a premiação pretende evocar a memória de luta de Eunice Paiva em favor da resistência democrática e da defesa dos direitos humanos.
A história de luta pelos direitos humanos e democracia de Eunice nasce logo após o desaparecimento do seu marido, o ex-parlamentar Rubens Paiva, retirado de casa no Rio de Janeiro por integrantes da ditadura militar na década de 1970. Apenas 25 anos depois do fato, o Estado Brasileiro reconheceu a morte dele, que nunca teve o corpo localizado.
Ainda Estou Aqui
O lançamento do filme “Ainda Estou Aqui”, inspirado no livro biográfico de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice, fez a história da família ganhar uma nova proporção, sendo cada vez mais conhecida no Brasil e no mundo. A atriz Fernanda Torres, que interpreta Eunice, recentemente foi premiada com o Globo de Ouro, prêmio entregue pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood. A obra também concorreu na categoria de “Melhor Filme em Língua Não Inglesa”.
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