Os Mascarados confirmaram, mais uma vez, seu posto como um dos blocos mais vibrantes e inclusivos do Carnaval de Salvador. No primeiro dia oficial da festa, nesta quinta-feira (27), o cortejo colorido e irreverente arrastou mais de 15 mil foliões fantasiados pelo Circuito Barra-Ondina, embalados por um repertório que celebrou os 50 anos da axé music e os 75 anos do trio elétrico. Sob o comando de Jau, com participação especial de Margareth Menezes, homenageada da edição, a festa se estendeu em um clima de pura celebração.
Um dos momentos mais marcantes da noite aconteceu no Farol da Barra, onde Bem Gil e Mãeana foram coroados rei e rainha do bloco. O casal tem uma ligação afetiva com Os Mascarados, que marcou o início de seu relacionamento. Além disso, a apresentação de Tatau, um dos grandes puxadores de trio da axé music, trouxe um repertório repleto de clássicos, incluindo sucessos do Ara Ketu. Margareth Menezes, que tem sua trajetória entrelaçada à história do bloco, brilhou no comando da festa, relembrando hits e reforçando a essência libertária da folia.
Criado em 1999, Os Mascarados foi pioneiro ao substituir os tradicionais abadás por fantasias, transformando a quinta-feira de Carnaval em um dia de celebração da diversidade. O bloco, idealizado por mulheres, tem à frente as diretoras Paula Resende, Selma Calabrich e Jaqueline Azevedo, que consolidaram o projeto como um dos mais respeitados da folia baiana. Neste ano, o desfile contou com a assinatura da Pau Viola Cultura e Entretenimento e o patrocínio da Bahiagás e do Governo da Bahia.
Com forte presença da comunidade LGBTQIA+, Os Mascarados resgata a tradição da fantasia na festa de rua, reunindo super-heróis, sátiras políticas, caricatas, fadas e palhaços em um espaço de expressão e liberdade. Ao longo de sua trajetória, o bloco também abraçou diversas campanhas de conscientização, como o incentivo ao uso de preservativos e o combate à violência contra a mulher. Além de manter viva a essência do carnaval de rua, Os Mascarados foi um dos precursores do movimento pelos blocos sem cordas, tornando-se um símbolo da democratização da festa.