Raul Mourão nasceu no Rio de Janeiro, mas tem uma relação especial com a Bahia. Essa sintonia é evidenciada em Volume Vivo, nova exposição do artista, que estreou na capital baiana, na Alban Galeria. A mostra pode ser visitada até 8 de fevereiro de 2025, de segunda a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados, das 10h às 13h.
Mourão constrói suas obras a partir da observação da paisagem urbana e das relações entre indivíduos e coletividade. Em Volume Vivo, não é diferente: desta vez, ele elege como ponto de partida elementos arquitetônicos de Salvador, como grades e janelas ornamentadas, para refletir poeticamente sobre a cidade. Assim, nasceram construções escultóricas e gráficas que traduzem os fluxos e a dinâmica urbana.
A concepção de Volume Vivo começou em janeiro de 2023, em parceria com Cristina Alban, diretora da galeria, que faleceu recentemente. Mourão dedica a exposição à memória de Cristina. O resultado de suas observações e pesquisas pode ser visto em 38 obras no total, sendo 11 esculturas, 18 desenhos e 9 pinturas.
Complementa a mostra um vídeo de 20 minutos que reúne imagens documentais de Salvador captadas em parceria com o jovem filmmaker e fotógrafo carioca Tchaca. O vídeo inclui ainda uma entrevista conduzida pelo curador e crítico de arte Pablo León de la Barra, que conversa com Mourão sobre sua trajetória e sua conexão com a capital baiana.
A relação do artista com Salvador remonta a 2013, quando Cristina e Roberto Alban o convidaram para realizar sua primeira exposição individual na então recém-inaugurada galeria. “É um exercício de capturar uma certa energia de Salvador e transformá-la em um experimento artístico que combina diferentes técnicas e referências, tecendo uma narrativa visual ficcional (no caso das esculturas, pinturas e desenhos) e documental (no caso do vídeo). Gosto de imaginar o artista como tradutor de novas realidades e interpretações do espaço público”, comenta Mourão.