Espaço inaugurado no Horto tem cardápio assinado pelos chefs Fabrício Lemos e Lisiane Arouca
“Sonho que se sonha junto vira realidade”. Poucos são os ditados populares que traduzem tão bem a história do baiano Fabrício Lemos. Desde que despertou a paixão pela gastronomia, o chef sonhava em montar um boteco onde pudesse servir as comidinhas afetivas que alimentaram sua infância vivida na Cidade Baixa, quando assistia sua mãe, dona Elisa, preparar receitas que ficaram gravadas na sua memória e cravadas no seu paladar.
Pirão CBX com carne do sol, fumeiro e pirão de leite
O chef ficou famoso, seus restaurantes conquistaram prêmios e passaram a integrar as listas dos melhores, mas a ideia do boteco continuava lá, guardadinha na sua caixa de desejos que ele partilhava com sua companheira de vida e jornada, a também chef Lisiane Arouca, desde que subiu que começaram a montar o premiado Origem, o primeiro restaurante do casal.
Sanduba de camarão
Há pouco mais de dois meses, o sonho guardado, que passou a ser dos dois, virou realidade. O Megiro abriu as portas no Horto, ao lado do seu segundo restaurante, o Ori, e já se tornou o boteco mais disputado e descolado da cidade. O sucesso repentino é justificado pelo cardápio recheado de comidinhas muito apreciadas por nós baianos: sarapatel, maniçoba, malassado, moela, língua ao molho, pastel, caldinho de feijãoe por aí vai.. .
Língua de panela
Isso sem falar na receita mais secreta da casa, o risole de dona Elisa, que foi própria foi lá treinar a equipe da cozinha para preparar essa preciosidade servida sequinha com um recheio generoso de camarão com um molho que é pra lá de bom. Esta, aliás, era das comidas da mãe que o chef mais sentia falta quando estava morando fora do Brasil. Pode ir se animando aí porque tem muito mais delícias para apreciar. Como a empada de rabada e o sanduiche de pernil, por exemplo.
Pastel de queijo com melaço de cana
Até acho que estes dois merecem dividir o protagonismo do menu que, segundo o chef, foi criado para resgatar essa cozinha afetiva que vem, cada vez mais, sendo resgatada e, para a nossa alegria, voltado à cena. Criar o menu, aliás, foi um dos maiores prazeres que o chef teve quando finalmente conseguiu realizar seu sonho. “Aqui eu me liberto das amarras que às vezes a gastronomia exige”, diz Lemos que se sente muito à vontade na nova casa. Não raro, a gente o vê atendendo as mesas, conversando com os clientes e apresentando o que de melhor ele sabe fazer.
Maniçoba
Segundo ele, que sempre foi um frequentador de botecos, o Megiro é a realização do seu sonho maior. “Desde que comecei a me envolver com cozinha, sonhava em cozinhar com minha mãe, reproduzir as receitas dela, e agora vejo isso aqui virar realidade, é especial demais pra mim”, diz.
Caldinho de feijão
Mas especial mesmo é chegar lá no dia da galinha caipira servida com pirão, ou pedir outras preciosidades como o CBX, que junta carne de sol, fumeiro e pirão de aipim no mesmo prato, uma especialidade do bairro do Bonfim de onde o chef veio. De lá, só abriria mão do pastel de xinxim de bofe. Não que estivesse ruim, longe disso, mas por gosto pessoal mesmo. E para a alegria ser completa, ainda tem os doces bem nossos. Como a deliciosa queijadinha com recheio de goiabada. Todos eles preparados com muito afeto por Lisiane Arouca, a chef confeiteira e sócia da casa.
Pudim de doce de leite
Com apenas 65 lugares, o espaço é despretensioso e repleto de peças típicas das casas brasileiras. E o melhor, ao contrário do que se imagina, os preços dos pratos e petiscos não destoam dos praticados em outros botecos da cidade. E a experiência, acreditem, vale muito a pena. É daquelas que deixa você com vontade de voltar correndo pra lá.
Ambiente brasileiríssimo
SERVIÇO:
@megiroboteco
Av. Santa Luzia, 656 – 12 – Horto Florestal
Reservas 71 99905 1246
Funcionamento: Terça e quarta-feira, das 17h às 23h
Quinta a sábado, 12h às 23h
Domingo, 12 às 17h