No litoral sul da Bahia, um projeto paisagístico inovador transformou um terreno de 9 mil m² em um refúgio integrado ao ecossistema local. A arquiteta-paisagista Flávia D’Urso foi responsável pelo desenvolvimento do jardim de 5.930 m², adaptado às condições características da restinga, como solo encharcado, salinidade, ventos fortes e calor intenso.
O destaque do projeto é um lago artificial de 614 m², criado para drenar o terreno e enriquecer a paisagem. Embora não abrigue peixes, o lago é decorado com vegetações aquáticas como ninfeias, vitórias-régias e papiros-brasileiros, que complementam o entorno natural. A estrutura foi executada pelas empresas Katz Construções e Hauz Construções Personalizadas.
A seleção de espécies reforça a integração com o bioma local. Além de palmeiras como a rabo-de-raposa, carandá e areca-bambu, que garantem privacidade à área de lazer, cerca de 70 espécies nativas da restinga foram plantadas, incluindo a bromélia porto-seguro (Aechmea blanchetiana). “O uso dessa espécie permitiu manter a identidade e a linguagem da vegetação do entorno”, explica Flávia, em reportagem publicada na revista Casa e Jardim.
Para completar o visual litorâneo, materiais naturais como madeira tatajuba no deque e pedra moledo na fachada da casa, projetada pela arquiteta Isabella Rebello, harmonizam com o paisagismo. Flávia também destacou a família dos filodendros, incluindo guaimbés, filodendros-ondulados e xanadus, que conferem volume, textura e movimento ao espaço. O resultado é um exemplo de como unir funcionalidade, sustentabilidade e beleza em um projeto integrado à natureza local.
Foto: Favaro Jr/Divulgação