A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) anunciou um investimento de R$ 2,5 milhões na criação de um novo espaço cultural dedicado à memória e preservação do samba de roda, um dos principais elementos da cultura afro-brasileira. O equipamento será localizado no Parque do Abaeté, em Salvador, e será gerido pela Associação das Ganhadeiras de Itapuã.
Este novo espaço funcionará em articulação com dois outros importantes locais de preservação no Recôncavo Baiano: a Casa do Samba de Santo Amaro e a Casa do Samba D’ Dalva, em Cachoeira. Juntos, os três pontos formarão uma rede de preservação e promoção do samba de roda, uma manifestação cultural registrada como patrimônio imaterial do Brasil e da Bahia, e reconhecida pela Unesco como patrimônio imaterial da humanidade em 2005.
O projeto, que foi licitado pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) em março de 2025, prevê a construção de um espaço moderno com 441,80 m², projetado para abrigar atividades culturais e administrativas. A estrutura contará com uma varanda externa, palco, camarim, estúdio de gravação, sala de oficinas, e outras instalações para apoiar a prática e a valorização do samba de roda.
O secretário de Cultura, Bruno Monteiro, ressaltou a importância da iniciativa para a valorização da cultura baiana. “O espaço será dedicado a uma manifestação cultural genuinamente baiana e integra um programa amplo do Governo da Bahia para a salvaguarda da nossa rica diversidade cultural”, destacou.
O samba de roda, originário de comunidades como Santo Amaro, Cachoeira e Saubara, é uma das mais importantes expressões do samba nacional. A nova sede das Ganhadeiras de Itapuã, que será construída no Parque do Abaeté, simboliza o retorno do grupo ao local onde suas ancestrais, as negras de ganho do período colonial, vivenciaram e fortaleceram a tradição. Para Verônica Mucúna, sambadeira e diretora de Patrimônio da Associação das Ganhadeiras de Itapuã, a nova casa representará um marco no resgate da memória e da identidade cultural afro-brasileira.
“Este será um local para preservar nossa história e legado, mantendo viva a memória das mulheres e do samba de roda, uma tradição que é nossa e de todos os brasileiros”, afirmou Mucúna.
Crédito: Leto Carvalho