Na próxima quarta-feira (4), o Pelourinho será o cenário da tradicional Festa de Santa Bárbara, que marca o início do calendário de festas populares da Bahia. A celebração, que é Patrimônio Cultural Imaterial do estado, homenageia a padroeira dos bombeiros e dos mercados, além de reverenciar Iansã, a orixá associada à santa. Vestidos de branco e vermelho, milhares de fiéis e admiradores da cultura baiana participarão de uma programação repleta de simbolismo e diversidade, que inclui missas, procissões e apresentações musicais gratuitas.
A festividade começa logo cedo, às 6h, com a alvorada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, seguida por missa campal e uma procissão que percorre as ruas do Centro Histórico com sete andores decorados. No período da tarde, os largos do Pelourinho se transformam em palcos para shows gratuitos. No Largo do Pelourinho, Illy, Márcia Short e o grupo Samba de Oyá estão entre as atrações. Outros destaques incluem apresentações de grupos como Catadinho do Samba, Bambeia e O Pretinho, além do DJ Raffa Maciel.
Com 383 anos de existência, a Festa de Santa Bárbara une fé, história e cultura, sendo uma das manifestações mais simbólicas de Salvador. Originada no século XVII, a celebração reflete o sincretismo entre o catolicismo e as religiões de matriz africana. Durante o evento, expressões como “Amém!” e “Eparrei!” ecoam pelas ruas, reforçando a conexão entre as tradições religiosas.
Realizada pela Irmandade do Rosário dos Homens Pretos com apoio da SecultBa, a celebração também é um momento para revisitar a história. A Igreja do Rosário dos Pretos, restaurada na última década, é um marco da herança afro-brasileira em Salvador e abriga uma exposição permanente em homenagem à Irmandade. Além de sua relevância espiritual, a festa reafirma a riqueza cultural da Bahia, atraindo fiéis e turistas de diversas partes do Brasil e do mundo.
Foto: Lucas Rosário