O Centro Cultural do Banco do Brasil Salvador e o Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira (Muncab), inauguram, no dia 29 de março (sábado), a exposição “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira”, após sucesso nos CCBBs de São Paulo e Belo Horizonte, atraindo mais de 300 mil visitantes. Com 68 artistas e cerca de 150 obras, a mostra traça um panorama da produção artística negra no Brasil, reunindo desde nomes históricos até expoentes contemporâneos. A curadoria é do pesquisador e curador Deri Andrade, responsável pelo Projeto Afro, plataforma que mapeia artistas negros no país.
“A exposição propõe um olhar sobre a presença negra na história da arte brasileira e sua influência nas construções visuais do país. Salvador, com toda sua relevância histórica e cultural, era um destino essencial para essa itinerância. O MUNCAB, como espaço de referência, amplia ainda mais esse diálogo”, afirma Deri Andrade. A expografia é de Matheus Cherem, com produção técnica e executiva de Vinícius Andrade e Vitória Mazzaro.
As obras estão organizadas em cinco eixos curatoriais: Tornar-se, que destaca o ateliê do artista e o autorretrato; Linguagens, dedicado aos movimentos artísticos; Cosmovisão, que aborda engajamento político e direitos; Orum, sobre as relações espirituais entre céu e terra no fluxo Brasil-África; e Cotidianos, que discute representatividade.
Entre os artistas homenageados estão nomes como os baianos Lita Cerqueira, Rubem Valentim e Mestre Didi, além de Arthur Timótheo da Costa e Maria Auxiliadora. O curador destaca que, ao chegar a Salvador, a mostra se fortalece como um espaço de reconhecimento e valorização da arte afro-brasileira.
Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira é realizada pelo CCBB e o Muncab. A exposição no MUNCAB acontece em um momento importante para o museu. Em 2025, a instituição receberá mais de 700 obras de arte afro-brasileiras repatriadas dos Estados Unidos. Em Salvador, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) irá ocupar o Palácio da Aclamação, que ainda está em obras. Mas já tem realizado intervenções culturais na cidade, nos museus de Arte Moderna da Bahia (MAM) e de Arte Contemporânea da Bahia (MAC).