Calma. Não se assuste com o título, vou explicar. Paris é uma festa, já dizia Ernest Hemingway. De fato, a cidade luz é tudo, principalmente história e cultura. Existem mil motivos para conhecer a capital da França, além daqueles que sabemos de cor desde criança: a excelente gastronomia, a última moda, os melhores perfumes, os grandes museus, os invejáveis e instagramáveis atrativos, como a Torre Eiffel.
Mas, sem dúvida, pela pressa de percorrer tantas cidades em poucos dias, o turista perde de aproveitar um dos melhores programas que Paris oferece: caminhar e se perder por suas ruas. Este é uma das melhores atrações que a cidade brinda.
Quando decidir incluir Paris no seu roteiro, reserve pelo menos dois dias para não fazer absolutamente nada, apenas caminhar sem rumo pela cidade. Um dia percorra as ilhas da Cité, Saint-Louis e arredores próximos, em outro momento, caminhe pelo movimentando Quartier Latin e ao longo do Rio Sena.
Se dedique apenas a observar o modo de vida do parisiense, sente para tomar um café, veja as pessoas e o tempo passar, descubra suas ruas, construções e a história dos seus antigos moradores. E isto é muito fácil, Paris tem um respeito enorme com seu passado.
Por toda a cidade existem placas descrevendo algum fato histórico importante acontecido em aquele lugar específico, ou uma placa indicando algum personagem da história que morou em tal residência, descrevendo sempre de quem se trata, com data e uma pequena biografia.
Assim são também os nomes das ruas. Todas indicam o porquê do nome para manter vivo na memória o motivo da homenagem para as novas gerações. Esse cuidado e respeito com o passado é talvez o que mais chame a atenção de nós, brasileiros, acostumados com a destruição e mal trato com o nosso patrimônio.
Viva Paris, se perca e se deslumbre. Quem sabe você tenha sorte de se bater de frente com a casa do Conde de Artagnan, capitão dos Mosqueteiros, imortalizado por Alexandre Dumas, e que serviu ao rei Luís XIV, no século 17, ou fazer uma foto na frente da casa da escultora Camille Claudel, do filosofo Voltaire, do compositor Ravel ou do dançarino russo Rudolf Nureyev ou ainda conhecer uma casa da idade média, ainda em pé. Essa é Paris.
Sara Barnueva, de Paris