Após um intervalo de cinco anos, a Bahia reconquistou o topo da produção nacional de cacau, conforme revelam os dados da Produção Agrícola Municipal, divulgados pelo IBGE. O relatório destaca que, em 2023, o estado produziu 139.011 toneladas de amêndoas de cacau, um aumento de 860 toneladas em comparação ao ano anterior. Embora modesta, a alta de 0,6% foi acompanhada por um expressivo crescimento no valor de vendas, que somaram R$ 2,4 bilhões — 16,1% acima do registrado em 2022.
Esse desempenho permitiu à Bahia ultrapassar o Pará, que produziu 138.471 toneladas, uma queda de 5,2% em relação ao ano anterior. O estado do Norte, que vinha dominando o setor, viu sua produção recuar, o que abriu espaço para a Bahia retomar a liderança. O estudo do IBGE observa, no entanto, que o Pará ainda abriga os três maiores produtores municipais de cacau: Medicilândia, com 44.178 toneladas, Uruará, com 21.266 toneladas, e Placas, com 12.788 toneladas. Já os principais municípios baianos produtores de cacau, Ilhéus, Wenceslau Guimarães e Ibirapitanga, ocuparam, respectivamente, a quarta, quinta e sexta posição no ranking nacional, com produções próximas a 9 mil toneladas cada.
Além de Bahia e Pará, o levantamento destaca o Espírito Santo, Rondônia e Amazonas como estados relevantes na produção nacional de cacau, embora em volumes bem menores — 12 mil, 5 mil e 597 toneladas, respectivamente.
No cenário global, o cacau continua dominado pela África, responsável por 70% da produção mundial. O Brasil, embora longe desse domínio, mantém uma posição de destaque como o sexto maior produtor do mundo e o maior fora do continente africano, reforçando sua relevância no mercado internacional de cacau.